domingo, 11 de março de 2012

Intolerância

A batida brusca do telefone. Raiva. Mais uma discussão sem nenhum motivo...pelo menos não para ela.
Ana não era uma pessoa fácil. A aparência frágil, a fala compreensiva e o jeito quieto faziam parte dela da mesma forma que a sua intolerância com muitas coisas. No passado, tentava esconder isso de si mesma, fazendo tudo o que lhe pediam e agradando a todos. Mas com o passar do tempo, viu que isso lhe fazia muito mal e que devia assumir os riscos e as responsabilidades de ser o que era: intolerante. Sabia que isso não era uma qualidade, mas também não era o pior dos seus defeitos. É verdade que algumas pessoas conseguiam driblar o jeito duro de Ana, e ela ficava feliz por isso. Mas eram justamente essas pessoas que mexiam forte com os seus sentimentos e muitas vezes a faziam sofrer. E Ana, após a batida do telefone, chegou a seguinte conclusão: sua intolerância funcionava com tudo, mas ainda apanhava das coisas do coração.

*Talita Cruz

 
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