Levanto da cama de manhã com o grito de “ACORDA”. O primeiro de muitos ruídos, que eu ouvirei ao longo do dia.
Os ouvidos são castigados diariamente. No começo do dia, a conversa alta das amigas dentro do metrô, o MP4 do rapaz tocando a última obra prima musical brasileira (Rebolation) no último volume, os gritos de quem está sendo amassado dentro do vagão, são os ruídos matutinos. E quem está dentro do próprio carro, no trânsito? Buzinas infernais e palavrões fazem parte do repertório matinal desses guerreiros. Durante o dia, os ruídos continuam com sua função de atormentar. Uma enchenção de saco do chefe aqui, um cliente estressado ali e no almoço, a tentativa de fuga: mas aquele colega mala resolve aproveitar a companhia e almoçar com você. Mais uma hora.
É preciso citar que para alguns, o fim do dia no trabalho não significa a volta para casa. Existem aqueles seres, chamados “estudantes” que se arriscam e se propõe a mais um pouco de tortura em seus aparelhos auditivos. É a sala de aula, barulho concentrado entre 4 paredes que formam um espaço minúsculo de poluição sonora causada pelos alunos mais "animados". E no fim do dia, a volta para casa. Os ruídos matutinos retornam, dessa vez com o nome de ruídos noturnos, e com o acréscimo de todo o estresse do dia.
Em casa de novo, é o momento de relaxar, ligar a TV e assistir a algum programa, distrair a cabeça com alguma bobagem. Até que alguém grita “VAI DORMIR”. Eis o ruído finalizador, a não ser que se tenha algum pesadelo...
* Talita Cruz